Dia 18/Out/2025 fui assistir a animação “Eu e meu avô Nihonjin” com meus filhos e me emocionei muito, pois é a história de uma jornada do povo japonês e sua imigração para o Brasil. Lembrei dos meus avós e que nunca tive conversas sobre como foram as suas vidas e seus desafios para vir para o Brasil. Em vários momentos, as lágrimas vieram porque fico imaginando que o fluxo natural da vida é partirem os avós, os pais… e logo eu também serei o AVÔ.

Dobrei um monte de tsurus enquanto assistia a animação, pois tenho praticado fazer origami sem olhar e usei a bolsa de origami da Lucila da @imoto_handmade.
Falei com meus filhos para que na próxima viagem para Salvador, eles entrevistem o “Dichan” (avô) para que ele conte um pouco da sua história.
Histórias conectam pessoas e famílias
O personagem da animação – Noboru – precisa entrevistar o avô para um trabalho de escola, mas ele acha o avô chato e ranzina. Porém, ao longo dos encontros ele se conecta com a história da sua família e passa a admirar a CORAGEM DO AVÔ.
Independente da origem, todo povo que veio ao Brasil tem suas histórias de desafios e superação. Por isso, devemos valorizar as pessoas mais velhas e, sempre que possível, OUVIR SUAS HISTÓRIAS.
Assistir esta animação é uma viagem à história de cada família NIKKEI e para “gaijins” é uma ótima forma de aprender mais sobre os japoneses no Brasil.
Vejam as cidades onde está sendo exibida a animação.

Navio de Imigração Japonesa
A cena da partida do navio é emocionante, pois as fitas se partindo e as pessoas que ficaram no Japão em uma época que a viagem era feita de navio porque nem em sonho poderiam imaginar viagens de avião pelo mundo, simboliza uma despedida para SEMPRE. Pais, mães, filhos, avós e netos que nunca mais iriam se encontrar.
Hoje em dia temos uma comunicação instantânea e uma facilidade de transporte inimaginável para aquele época, mas falta a CONEXÃO E PRESENÇA. A animação também traz a mensagem de ORGULHO DE SER JAPONÊS e honrar as nossas raízes e ancentralidade.
Essa mensagem vale para todos os povos que transformaram o BRASIL em um lugar de diversidade de raças, religiões e que – segundo o Espiritismo – o Brasil é Coração do Mundo e Pátria do Evangelho.

Histórias que inspiram – Entrevistar pessoas idosas
Outro dia acordei com uma IDEIA simples: Entrevistar pessoas idosas para registrar suas histórias. Escrevi este o post “Histórias que inspiram” no site da Konfide. Segue um trecho com a dica de ROTEIRO para entrevistas.

Roteito para gravar entrevistas
Para capacitar entrevistadores, que geralmente serão filhos, familiares ou amigos, a realizar entrevistas significativas usando um celular, é essencial fornecer um roteiro claro, conciso e fácil de seguir. Este roteiro deve ser projetado para facilitar uma conversa natural, permitindo que o entrevistado compartilhe suas histórias, sabedorias e reflexões de vida. Abaixo, segue um roteiro simplificado que pode ser impresso e utilizado por qualquer pessoa para conduzir uma entrevista:
Roteiro para Entrevistas Inspiradoras
Preparação:
- Certifique-se de que o celular esteja carregado e tenha espaço suficiente para a gravação.
- Escolha um local tranquilo e confortável para a entrevista.
- Desligue ou silencie outros dispositivos para evitar interrupções.
- Explique o propósito da entrevista ao entrevistado e como a conversa será utilizada.
Introdução:
- Peça ao entrevistado para se apresentar.
- “Pode nos contar um pouco sobre você?”
- Inicie com perguntas leves para deixar o entrevistado à vontade.
- “Qual é a sua lembrança mais antiga?”
- “Como era um dia típico na sua infância?”
Corpo da Entrevista:
- Perguntas sobre momentos significativos e pessoas:
- “Quem teve a maior influência em sua vida? Como?”
- “Pode compartilhar uma história de um momento que mudou sua vida?”
- Perguntas sobre desafios e superações:
- “Qual foi o maior desafio que você enfrentou e como o superou?”
- “Houve algum erro que se transformou em uma lição valiosa?”
- Perguntas sobre alegrias e orgulhos:
- “Do que você mais se orgulha na vida?”
- “Qual é a sua memória mais feliz?”
- Perguntas profundas e reflexivas:
- “Se você pudesse dar um conselho para o seu eu mais jovem, qual seria?”
- “Como você gostaria de ser lembrado?”
- Integração dos Cinco Arrependimentos:
- “Há algo que você desejava ter feito diferente na vida?”
- “O que a felicidade significa para você e você se permitiu ser feliz?”
Conclusão:
- Pergunte se há algo mais que o entrevistado gostaria de compartilhar.
- Expressão de gratidão:
- “Muito obrigado por compartilhar suas histórias e sabedoria comigo/us. Sua experiência é incrivelmente valiosa.”
Pós-Entrevista:
- Revise a gravação para garantir que foi salva corretamente.
- Transcreva ou anote os pontos principais para facilitar o compartilhamento.
- Compartilhe a gravação ou os destaques com o entrevistado, se desejado.
Sincronicidades – Encontros que o acaso não explica
A VOZ DO AVÔ é do Ken Kaneko que tenho a honra de ter recebido ele no Ateliê do Origami.club.
Tem acontecido alguns encontros na minha vida que não podemos acreditar são meros “acasos”. O Ken Kaneko é um ator, artista e pintor japonês que reside na Granja Viana e que tem 90 anos e uma vitalidade incrível. Ele é a pura expressão do IKIGAI e tive a honra de conhecer ele quando conduzi uma Jornada Ikigai na Ecofeira da Granja Viana. No vídeo abaixo podem ver uma minientrevista que fiz com ele.
Ken Kaneko visitou o Ateliê do Origami.club e trocamos alguns presentes, mas o principal PRESENTE foi contar com a sua PRESENÇA no nosso ateliê. O Ken Kaneko estava com uma mesa no bazar de artes do Bunkyo e ele passou de mesa em mesa conversando com cada artista.

Neste vídeo ele dá ensinamentos PODEROSOS PARA VIDA.
“Importante fazer trabalho com ponta de dedo. Toda ciência, toda cultura oriental nasceu da ponta de dedo. Porque aqui que ele liga com sensibilidade. Sensibilidade ele manda para o coração. Emoção nasce! Um povo que não usa essa ponta de dedo, não desenvolve mentalmente. Origami é simples. Ele responde o que você dobrou com ponta de dedo.”
Ken Kaneko
Oscar Oiwa – Artista que inspirou a direção de arte
Outro ENCONTRO INCRÍVEL foi receber no nosso Ateliê do Origami.club “por acaso” a LUNA que é filha de Oscar Oiwa que é o artista plástico cujas obras inspiraram a direção de arte da animação.

A Luna me convidou para ir na pré-estréia da animação, mas como o convite foi na manhã da exibição, quando vi a mensagem já havia acontecido.
De qualquer modo, foi a segunda grande SINCRONICIDADE desta animação.
Sobre a animação “Eu e Meu Avô Nihonjin”
No dia 16 de outubro, chega aos cinemas brasileiros uma animação capaz de tocar fundo a memória de quem carrega histórias entre dois mundos. “Eu e Meu Avô Nihonjin”, novo longa-metragem da Pinguim Content, com distribuição da H2O Films, acompanha Noboru, um menino descendente de japoneses que, movido pela curiosidade e pelo afeto, decide investigar o passado de sua família.
É nas conversas com o avô que ele começa a desdobrar os fios de uma história entrelaçada por silêncio, saudade e resistência — até fazer uma descoberta inesperada: a existência de um tio de quem jamais ouvira falar.
Inspirado no livro Nihonjin, de Oscar Nakasato — vencedor do Prêmio Jabuti de 2012 — o filme celebra a riqueza do encontro entre Brasil e Japão, trazendo à tona tanto a beleza da diversidade cultural quanto as dores silenciosas da imigração. A narrativa ganhou reconhecimento internacional ao ser selecionada para o Festival de Annecy, na França, o mais importante festival de animação do mundo.
A direção de arte, inspirada na obra do renomado artista visual Oscar Oiwa, transforma cada cena em uma verdadeira pintura em movimento. Suas paisagens oníricas e simbólicas traduzem visualmente aquilo que muitas famílias nikkeis sentem, mas nem sempre conseguem colocar em palavras: a delicada convivência entre passado e presente, entre raízes e asas. A trilha sonora, assinada por André Abujamra e Marcio Nigro, envolve a história com uma musicalidade que mistura nostalgia e descoberta.
As vozes dos protagonistas dão ainda mais autenticidade à narrativa. Ken Kaneko, ator japonês naturalizado brasileiro, empresta ao avô uma presença marcante, carregada de memória e emoção. Ao seu lado, o jovem talento Pietro Takeda, descendente de japoneses, dá vida a Noboru com a sensibilidade de quem reconhece no personagem os ecos da própria identidade.
“Eu e Meu Avô Nihonjin” é, para muitos nikkeis, como abrir uma antiga caixa de fotos guardada no fundo de um armário: cada imagem revela não só histórias, mas sentimentos. É um convite para olhar para trás com ternura — e perceber que, entre dobraduras de papel e de memória, estão guardados os fios que tecem quem somos.