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Ontem tive o prazer de participar de mais um evento da School of Life Brazil. David Baker fez um sermão sobre “Tecnologia e Humanidade“. O tema central do sermão é o dilema que enfrentamos no uso da tecnologia. Grande parte das pessoas tornou-se dependente da tecnologia, ao invés de usar a tecnologia para melhorar a sua vida.

“Os homens se tornam ferramentas de suas ferramentas” David Thoreau

Achei interessante não falarem palestra, mas SERMÃO. No primeiro momento, esta palavra nos remete a algo com conotação religiosa, porém busquei o significado da palavra que compartilho com vocês.

“A palavra sermão vem do latim sermo, que significa conversação.
O sermão é um discurso que visa fins religiosos, também conhecido como homilia Todo sermão é preparado através da homilética. A palavra homilética deriva do grego, ομιλετικη (homiletique), significa o ensino em tom familiar. No grego clássico temos as palavras ομιλος ( homilos) que significa multidão, assembléia de povo e o verbo ομιλεω (homiléo) que significa conversar. De homileo adapta-se o termo homilia. A homilética é uma ciência que estabelece regras para a elaboração dos discursos, ela organiza o sermão de uma forma que a pregação se desenvolva claramente, numa sequência lógica, e de forma persuasiva.” Fonte: Mistério da Letras

Gostei muito do trecho onde David Baker comenta o livro “Thinking Fast and Slow” de Daniel Kahneman e explica que o mundo atual nos leva a pensar rápido, fazer julgamentos e tomar decisões sem refletirmos. Proponho uma reflexão para você: A palavra SERMÃO te remete a sentimentos positivos ou negativos? Te faz ter vontade de participar ou te faz pensar que é algo para “outras pessoas”? O fato é que talvez eu não iria no sermão se não fosse o fato de ter ido no sermão de Roman Krznaric sobre Trabalho.

Segundo David, a tecnologia está caminhando a passos largos para “ficar invisível”. Ou seja, será cada vez mais fácil usar a tecnologia de modo a nos deixar mais tempo livre para dedicarmos ao que realmente nos importa. A preocupação dele é se nós sabemos o que realmente nos importa.

Dois pontos me tocaram bastante:

1 – Como acordamos
Muitas pessoas acordam usando o smartphone e a primeira coisa que vêem ao acordar é a tela do smartphone que além da hora traz as últimas atualizações do Facebook, do e-mail e do Twitter. Ele comentou que o despertar é o momento no qual estamos saindo do estado insconsciente para o consciente e que que é um espaço que podem surgir ideias e a nossa criatividade pode trazer soluções para problemas. Porém, ao olhar as mensagens no Smartphone literalmente perdemos este momento.
Decidi que vou deixar um caderninho ao lado da cama, assim voltarei a ter estes momentos de inspiração 😉

2 – Não encontramos amigos
A facilidade de saber como estão nossos amigos apenas vendo as atualizações do Facebook faz com que os encontros e conversas pessoais seja cada vez mais raros. O encontro com um velho amigo é um momento insubstituível. Muitas pessoas também fazem amigos online, mas não se encontram.

“As pessoas se viciaram em internet.” David Baker

David explica que o modelo da internet é baseado em recompensas aleatórias, ou seja, que apesar de tanta besteira de vez em quando encontramos algo muito legal. Este é o modelo típico para viciar as pessoas. Achei muito legal este comentário, pois escrevi no blog da Konfide sobre o “Candy Crush, um jogo que vicia” onde comentei sobre o modelo de recompensas.

Uma das propostas mais legais foi de criarmos períodos “sabáticos” de tecnologia. Passarmos um dia inteiro sem usar a internet. Ele citou como exemplo uma empresa que criou a regra de toda sexta não utilizar o e-mail e que conseguiu criar uma aproximação maior entre as pessoas.

Um lugar que voltei a frequentar é o Solo Sagrado que é um protótipo do paraíso na Terra e é mantido pela Igreja Messiânica. É um excelente lugar para combinar de ir com amigos e família.

O que motiva as pessoas?

Adorei quando ele passou o vídeo “A surpreendente verdade sobre o que nos motiva” que é um vídeo produzido pela The RSA (Royal Society for the encouragement of Arts, Manufactures and Commerce) uma organização empenhada em encontrar soluções práticas inovadoras para os desafios sociais de hoje. Ver também: vídeos da RSAnimate | Sobre a RSA.

O vídeo mostra que o modelo de estimular as pessoas com dinheiro funciona apenas quando as tarefas são operacionais como em uma fábrica. Porém, quando as atividades necessitam habilidades cognitivas, as recompensas financeiras não funcionavam mais.

O que realmente motiva as pessoas é o tripé: AUTONOMIA, MAESTRIA e PROPÓSITO.

Cinco reflexões sobre o mundo atual e como mudar

Os pontos abaixo são as percepções de David Baker e o mundo atual.

• Nós perdemos nosso sentido pessoal de poder
• Nós perdemos o poder da lentidão
• Nós desvalorizamos o pensamento complicado
• Nos tornamos estreitos em nossos pensamentos
• Nós perdemos a alegria da imperfeição
• Nós perdemos nossa privacidade

Ele faz uma proposta de 3 passos para assumirmos o poder sobre a tecnologia: retrair, refletir e regressar

Encontro de amigos

Uma das coisas que mais me motiva a ir a eventos como este é a possibilidade de encontrar amigos. Logo que cheguei encontrei Higino Rodrigues da Academia do Empresário. Depois encontrei a Cibele Nardi da Magnólia Coaching e Desenvolvimento. Foi ótimo encontrar novamente o Danilo e a Luah que é um casal que viajou 2 anos ao redor do mundo para descobrir “O que motiva das pessoas”. Visitem o site deles, pois é uma história incrível – http://walkandtalk.com.br/oquetemotiva/.

O mais legal foi que ao entrar para o sermão, falei que sentaria em outro lugar para conhecer novos amivos. Acabei conhecendo a Flávia Ursini que promove encontros filosóficos e o mais incrível é que no próximo encontro dia 27/11, um dos convidados é José Bueno do Instituto Harmonia. Visitem o site http://casadegfilo.blogspot.com.br/.

O que realmente achei uma coincidência é que acabei pegando uma carona com a Flávia e comentei do meu projeto da Casa Colaborativa que é uma ideia de alugar uma casa na região da Vila Mariana para reunir diversas pessoas que precisam de espaço para trabalhar, fazer encontros ou treinamentos. Fiquei surpreso quando sua amiga Olinda comentou que já havia pesquisado várias casas na região, pois estava com uma ideia de organizar um bazar. Sincronicidade total!

Enfim, o evento foi ótimo e se posso finalizar este post com uma reflexão seria uma proposta para pelo menos uma vez por mês os propormos a:

Encontrar um velho amigo, fazer uma nova amizade e ensinar algo para alguém. Só um detalhe… Só vale se for presencial 😉

Vejam algumas fotos.

Vejam a entrevista de David Baker para Galileu.

Portal de Autoconhecimento.net.br

Já que chegou até o final deste longo post, agradeço muito se conhecer o novo portal/blog que lancei sobre AUTOCONHECIMENTO e que pretendo fazer vários encontros.

www.autoconhecimento.net.br