Investindo em Confiança: Reinventando o Dinheiro com a Tribo Konfide

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Você já precisou pedir dinheiro emprestado ou conhece alguém que teve que recorrer aos bancos?
Já imaginou se existisse uma rede de pessoas dispostas a ajudar, onde a confiança é a moeda principal e o crédito é ofertado sem a vergonha dos juros abusivos?


Após essas perguntas, deixo aqui um trecho da minha história:
Quando eu comandava agências digitais, confesso que não fui um bom gestor, especialmente na área financeira. Acabei acumulando dívidas e entrando no cheque especial. Lembro-me de um episódio marcante: levei meu filho, que tinha apenas 5 anos na época, ao Aquário de São Paulo. Na hora de pagar, a moça do caixa disse que não aceitava cartão de crédito e eu não tinha saldo para quitar a conta. Porém, com sensibilidade, ela aceitou o cartão, compreendendo minha situação. Esse episódio me ensinou o valor da empatia e me fez acreditar que, principalmente para os empreendedores, é fundamental construir uma REDE DE CONFIANÇA para formar uma grande rede de apoio. Foi assim que decidi reinventar a empresa Konfide, criada em 2002 como uma consultoria de marketing digital, e transformá-la na TRIBO KONFIDE.


Do Dinheiro à Confiança

O dinheiro, em sua essência, nasceu como uma troca de confiança. Moedas, cédulas e sistemas bancários existem porque acreditamos coletivamente no valor que cada um representa. No entanto, hoje essa confiança foi sequestrada por um modelo que lucra com a escassez e o medo. Bancos e cartões de crédito transformaram o ato de pedir ajuda em armadilhas: juros altos, dívidas intermináveis e, principalmente, a vergonha de não ter.


A Armadilha da Vergonha e do Isolamento

Quando o dinheiro falta, somos ensinados a esconder nossas dificuldades. Esse silêncio nos empurra para os bancos, que lucram explorando nossa vulnerabilidade, ou para as mãos de agiotas, onde a cobrança é cruel. Muitos empreendedores, inclusive eu – Marcio Okabe – já se viram sozinhos, tomando decisões desesperadas na solidão financeira.

Mas e se pudéssemos resgatar a origem do dinheiro – a confiança – e usá-la para criar redes de apoio, transformando a dívida em investimento?


Lições de Quem Desafiou o Sistema

Muhammad Yunus, Nobel da Paz, revolucionou o mundo com o microcrédito ao demonstrar que crédito é um direito humano. Com um pequeno empréstimo de US$ 27, ele libertou artesãs de Bangladesh da pobreza. No Japão, o conceito de Tanamoshi reúne amigos em consórcios solidários, onde quem mais precisa recebe primeiro – uma prova de que sistemas comunitários podem transformar vidas.


Dois Modelos de Investimento Comunitário

Exemplo 1: Rede de 10 Colaboradores
Imagine uma rede em que 10 pessoas decidem aportar R$ 200 cada, totalizando um investimento coletivo. Cada um desses investidores tem a certeza de receber algo que vale o mesmo ou até mais, seja através de mentorias, oficinas, serviços ou produtos – como uma aula de origami ou um crédito em um curso. Essa dinâmica fortalece os laços de confiança e transforma o ato de investir em uma troca genuína de valor, onde todos saem ganhando.

Exemplo 2: Aporte Concentrado com Bônus Colaborativos
Em outra modalidade, uma ou duas pessoas aportam um valor maior – por exemplo, R$ 2.000 – que será devolvido em 3 meses. Durante esse período, amigos e familiares se mobilizam para oferecer serviços e produtos como bônus, funcionando como uma espécie de “juros negativos”. Ao final dos 3 meses, o investidor tem a liberdade de decidir: recebe o valor integral investido ou opta por aplicar os bônus que usufruiu, em forma de “juros negativos”. Nesta estrutura, a rede de apoio também atua como avalistas, reforçando a garantia de que o investimento será retribuído com reciprocidade e confiança.


Vulnerabilidade + Transparência = Laços de Confiança

Inspirados por Brene Brown e seu TED O Poder da Vulnerabilidade, entendemos que expor nossas fragilidades é um ato de coragem. Ao falarmos abertamente sobre nossas dificuldades financeiras, reduzimos a distância entre o que aparentamos e o que realmente somos. Essa transparência cria elos reais, capazes de transformar a vergonha em oportunidades de conexão e apoio mútuo.


Como Funciona na Prática?

  1. Grupos de Apoio:
    Mentores, terapeutas e empreendedores se reúnem para oferecer horas de serviço – esses serão os “juros” dos investimentos, criando uma troca de valor baseada na colaboração.
  2. Moeda Criativa:
    Imagine origamis que simbolizam dívidas convertidas em arte, créditos em cursos ou até jantares colaborativos. Essa moeda criativa transforma a necessidade em oportunidade de aprendizado e networking.
  3. Plataforma de Trocas:
    Um espaço online, inspirado nos Moais japoneses, onde se registram necessidades e habilidades, facilitando a conexão entre quem precisa e quem pode ajudar.

Reinventando a Economia do Suporte

Imagine transformar o que conhecemos hoje como empréstimo em um verdadeiro investimento em pessoas. Em vez de recorrer a bancos que lucram com nossa fragilidade, podemos formar uma rede onde a vulnerabilidade e a transparência se convertem em oportunidades de conexão e crescimento. Ao trocar dinheiro por apoio, mentorias e experiências enriquecedoras, criamos uma economia baseada na confiança mútua – um sistema onde o verdadeiro valor está nas relações e não nos números.

O Futuro: Uma Rede de Prosperidade Compartilhada

Propomos um novo modelo financeiro onde:

  • Emprestar se transforma em investir em pessoas.
  • Juros se convertem em valor compartilhado e benefícios sociais.
  • Vergonha cede lugar a transparência, vulnerabilidade e conexões genuínas.

Como bem disse Buckminster Fuller: “Para mudar algo, construa um modelo novo que torne o atual obsoleto.” Precisamos criar um futuro onde o dinheiro seja sinônimo de recomeço e não de dívida, onde a confiança seja a moeda mais valiosa.


Desafio Final

Compartilhe esta ideia.
Converse sobre dinheiro com alguém hoje – sem máscaras.
E se você fosse um “investidor de sonhos”, qual habilidade ou serviço ofereceria como “juros” para apoiar alguém?

🌸 Porque dinheiro pode ser recomeço, não dívida. E a confiança, a verdadeira moeda que nos une.

Marcio Okabe
Defensor de redes que transformam dívidas em origamis de esperança


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