Refletindo sobre o lazer, a arte e a educação infantil

Gostaria de propor uma reflexão, mas você deve refletir um pouco antes de ler o post.

O que há de errado na foto abaixo?

Aparentemente nada de errado, correto? E agora? O que há de errado?

Acredito que você ainda não deve ter percebido. Porém, como pai, empreendedor e eterno questionador, eu vou falar o que está errado do meu ponto de vista.

Estávamos assistindo a Discovery Kids e vimos a propaganda da área de lazer do Doki (para quem não sabe, é o cachorrinho da Discovery Kids) no Shopping Eldorado. Como todos pais, buscamos atividades de lazer para nossos filhos e ficamos conversando sobre onde levaríamos nossos filhos: SESC Vila Mariana ou SES Belenzinho? Museu Catavento? Decidimos ir ao Shopping Eldorado ver as atividades do Doki.

Qual o erro da foto acima?

Chegamos no shopping 17h e há não havia mais senhas para participar das atividades!!! No final, assistimos o filme “Tá Chovendo Hamburger 2” pagando a módica quantia de R$ 23 por adulto e R$ 13 por criança, além da pipoca é claro.

O erro da foto acima é que deveria ser o contrário. Deveria existir um “shopping do lazer e educação” onde levaríamos nossos filhos para se divertir e aprender, e ter um PEQUENO espaço de compras.

O erro talvez não seja da foto, seja nosso enquanto sociedade e “homo sapiens”. Nos últimos anos tenho focado minha atenção no tema “EDUCAÇÃO” e fica cada dia mais evidente que o modelo capitalista está chegando ao fim e é necessário um novo modelo.

Veja outra foto com “erro”. O musical Zuzubalândia no Teatro das Artes custa R$ 60/pessoa. Adoro o trabalho da Mariana Caltabiano, principalmente o “Gui e Estopa”, mas este musical não deveria ser acessível para todos?

Segundo Maslow, as pessoas buscam atender suas necessidade na ordem abaixo.

Pirâmide de Maslow: Hierarquia das Necessidades

Fonte: http://www.psicosmica.com/2012/06/psicologia-humanista.html

Olhando a pirâmide de Maslow fica incoerente pensar que vamos ao shopping, pois não conhecemos ninguém no shopping que estava lotado. Aliás, conhecemos sim. Estava acontecendo a V Feira do Miniempreendedor promovida pela Junior Achievement que promove o empreendedorismo para jovens como elemento transformador da sociedade. Conheci jovens com talento e criatividade.

Atualmente, muitas pessoas estão buscando a realização pessoal, mas acredito que precisamos sair do discurso e partir para prática. Tenho conversado muito com meu amigo Paulo Barros que conheci em uma oficina circense no SESC Vila Mariana sobre como podemos revolucionar a relação entre festas infantis e educação. O modelo capitalista impôs os buffets infantis como a “matrix” do segmento. Quais são os problemas deste modelo?

  • Investimento elevado acaba gerando uma “obrigação” dos pais em dar uma festa para os filhos
  • Os convidados sentem-se “obrigados” a comprar presentes
  • As crianças ficam condicionadas a ganhar presentes no aniversário… Esta é a educação que realmente queremos dar a nossos filhos?
  • A infra-estrutura do buffet é focada em ter os brinquedos mais legais em detrimento dos monitores que (não desmerecend0) são jovens sem formação em educação

Saindo da Matrix

Na festa de 4 anos do meu filho, decidimos fazer algo simples no salão de festas. Pensamos em alugar um pula-pula, mas decidimos contratar um teatro de fantoches. Conheci o grupo Metamorfaces que tem a peça Vida de Jacaré no Teatro Piccolo na Zona Norte de São Paulo. O resultado vocês podem conferir no vídeo abaixo:

O resultado foi uma surpresa para todos. As crianças adoraram e os adultos também se divertiram, e muito! Tivemos um momento inesquecível que ficará na lembrança de todos. Alguém sentiu falta do pula-pula?

Espero que este post possa te ajudar a refletir como devemos assumir a nossa responsabilidade. Como devemos agir, ao invés de reclamar. Como uma frase que ouvi do Roman Krznaric na palestra da School of Life sobre Trabalho:

“Aja primeiro, pense depois” Roman Krznaric

O Paulo Barros e eu estamos bolando um portal no qual será possível buscar diferentes tipos de atividades artísticas para criar eventos diferenciados. A ideia é facilitar a conexão entre artistas com empresas ou pessoas que buscam atividades lúdicas e educativas para seus eventos, seja ele um evento corporativo ou uma festa infantil.

Comecei a elabora a ideia na forma de um site pra variar 😉

www.eduko.com.br

Referências:

Este post tem 2 comentários

  1. Syomara

    Maravilhosa a sua iniciativa!
    Também vivo questionando os modelos atuais.
    Na última festinha do meu filho, que fez 4 anos, fiz uma feirinha de troca de livros e contratei dois contadores de historias e duas palhacinhas que fizeram várias brincadeiras com as crianças e os pais.
    Na feirinha, os convidados levavam livros para trocar. Ficávamos com o livro trazido e as cinquenta crianças convidadas podiam escolher um livro para levar entre os 150 exemplares de literatura infantil que disponibilizamos da biblioteca do nosso pequeno. A festinha foi das 16 as 19 h sem o tradicional “parabéns´pra você”. Servimos suco de frutas e pipoca à vontade, além de uma sopa deliciosa às 18h. Apesar dos muitos elogios aos sucos naturais e à sopa fresquinha e deliciosa, além das várias gargalhadas e pedidos de contatos dos contadores de histórias e palhacinhas, fui muito criticada!
    Mesmo assim não vou desistir. Aguardo suas sugestões e conte comigo também.

    1. marciookabe

      Muito legal a ideia dos livros. Não entendi o que criticaram.
      Veja, lancei a “pedra fundamental” do projeto Eduko.com.br.

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