Cauda Longa – Do mercado de massa para o mercado de nichos

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Em 1897, Vilfredo Pareto, estudando os padrões de riqueza da sociedade do século XIX constatou que 20% da população mais rica da Inglaterra detinha 80% da riqueza. Comparando com outros países ele percebeu que a proporção se mantinha constante. Este conceito vem sendo utilizado no mundo dos negócios para definir prioridades de investimentos, por exemplo: uma livraria não pode ter todos os títulos do mercado, portanto ela aplica a regra de Pareto e foca em 20% dos títulos que geram 80% da receita. Com a internet tudo mudou, e Chris Anderson, em seu excelente livro “A Cauda Longa”, mostrou que o marketing de massa está migrando para o marketing de nichos, e que a regra de Pareto não mais se aplica em muitos mercados.

Estudando a Amazon, Chris Anderson descobriu que grande parte da receita da Amazon vem de títulos que em livrarias “tradicionais” não estariam em estoque por terem poucas vendas. Ele constatou que uma grande livraria nos Estados Unidos possui um estoque médio de 100 mil títulos, enquanto a Amazon possui mais de 3 milhões de livros em “estoque”. Porém, a Amazon possui uma parcela significativa de seu faturamento dos títulos menos populares.

A lógica é simples: Com o Google e redes sociais sempre haverá alguém que vai comprar aquelas músicas com pouca demanda.

O conceito da Cauda Longa se popularizou com o livro de Chris Anderson. Veja a resenha:

“O livro explora o termo Cauda Longa como uma nova possibilidade de mercado.O conceito original de Cauda Longa vem da estatística. Segundo essa ciência, “distribuições de cauda longa” acontecem quando o prolongamento de uma curva de distribuição é muito comprido em relação ao ápice da parábola.
Adaptado para esse contexto pelo físico e escritor americano Chris Anderson, afirma que, graças à Internet, a soma dos milhares de produtos de nicho que hoje não chegam às prateleiras do varejo, às estações de rádio ou às telas de cinema por causa de suas baixas vendas, serão um mercado tão grande quanto o dos hits, ou ainda maior. Para o correto entendimento dessa teoria é necessário que se conheça dois conceitos básicos do autor; os hits ou arrasa-quarteirões representam os produtos massificados em um ambiente de pouca variedade e muita quantidade, os nichos por sua vez, são formados por pequenos grupos de pessoas que possuem interesses em comum, formando assim milhares (ou até milhões, segundo Anderson) de pequenos mercados bastante segmentados.
Segundo Anderson, os nichos se tornam viáveis a partir do advento da Internet, já que a inexistência de limitação do espaço físico para exibição de produtos faz com que os mercados de nicho sejam explorados da mesma forma que o mercado de massa.
Aparentemente, o espaço destinado aos “hits” continuará a ser drasticamente reduzido. Entretanto, é impossível afirmar que este espaço desaparecerá por completo. Os lugares-comuns são fundamentais para a sociedade humana, e apesar de todas as transformações que a produção simbólica contemporânea vêm sofrendo, nada no horizonte aponta no sentido de um total e completo desaparecimento dos grandes sucessos midiáticos.
A própria Internet, que é um dos pilares tecnológicos dessas transformações, cria seus “hits” e ajuda a sustentar os “arrasa-quarteirões” surgidos na mídia mais tradicional. Apesar disso, parece bastante improvável que os meios de comunicação de massa mais tradicionais mantenham sua influência, seu prestígio e principalmente a sua importância para a publicidade nos mesmos níveis que experimentaram durante as últimas duas décadas do século passado. Os meios de comunicação de massa tradicionais deverão continuar a perder importância de maneira inversamente proporcional à crescente fragmentação dos públicos. ”

Cauda Longa e Google

Tenho um artigo sobre Cauda Longa e Google no iMasters que explica como podemos aplicar este conceito para fazer um estudo de palavras-chave.

 

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