Gosto muito de metáforas e parábolas, pois são uma forma de transmitirmos mensagens que podem ser complexas ou polêmicas de uma forma simples e eficaz.
Estou no Hotel Fazenda Santa Mônica, em Louveira, há menos de 1h de São Paulo. Vim passar alguns dias com a família e, como sempre, acordo bem cedo para trabalhar um pouco. O legal é que posso escutar o som de pássaros, galo cantando e… nada de carros. Isso me lembra a parábola “O Executivo e o Pescador” que possui diversas versões na internet:
Um executivo de férias na praia obervava um pescador sobre uma pedra fisgando algus peixes com equipamentos bastante rudimentares: linha de mão, anzol simples, chumbo e iscas naturais.
O executivo chega perto e diz:
– Bom dia, meu amigo, posso me sentar e observar?
O pescador:
– Tudo bem, doutor.
O executivo:
– Poderia lhe dar uma sugestão sobre a pesca?
– Como assim? – Respondeu o pescador.
– Se você me permite, eu não sou pescador, mas sou executivo de uma multinacional muito famosa e meu trabalho é melhorar a eficiência da fábrica, otimizando recursos, reduzindo preços, enfim, melhorando a qualidade dos nossos produtos. Sou um expert nessa área e fiz vários cursos no exterior sobre isto – disse o executivo, entusiasmado com sua profissão.
– Pois não, doutor, o que qui o senhor qué sugeri? – Perguntou calmamente o pescador.
– Olha, estive observando o que você faz. Você poderia ganhar dinheiro com isso. Vamos pensar juntos. Se você pudesse comprar uma vara de pescar com molinete, poderia arremessar sua isca para mais longe, assim pescaria peixes maiores, certo? Depois disso, você poderia treinar seu filho para fazer este trabalho para você. Quando ele se sentisse preparado, você poderia comprar um barco motorizado com uma boa rede para pescar uma quantidade maior e ainda vender para as cooperativas existentes nos grandes centros. Depois, você poderia comprar um caminhão para transportar os peixes diretamente, sem os intermediários, reduzindo sensivelmente o preço para o usuário final e aumentando também a sua margem de lucro. Além disso, você poderia ir para um grande centro para distribuir melhor o seu produto para os grandes supermercados e peixarias. Já pensou no dinheiro que poderia ganhar? Aí você poderia vir para cá como eu vim, descansar e curtir essa paz, este silêncio da praia, esta brisa gostosa…
– Mas isso eu já tenho hoje!
– Respondeu o pescador, olhando fixamente para o mar.
Conheço esta parábola há muito tempo, mas gostaria de fazer uma conexão com os dias atuais. É evidente que vemos sinais de insatisfação com o modo de vida atual – correria das grandes cidades, trânsito, competição desleal nas empresas, ônibus/metrô lotados, etc. Por outro lado, nunca tivemos tantas possibilidades de trabalhar quando e onde quisermos, basta termos um acesso à internet.
Fui passar o final do ano em Salvador e ficamos na casa de amigos em Jauá, uma praia próxima a Salvador. Caso não saibam, eu sou um japonês baiano que veio fazer engenharia Elétrica na Unicamp em 1988. O mais irônico é que na época do “vestibular” fiquei em dúvida entre engenharia elétrica e jornalismo. Bom, vamos voltar ao post! Um dia, acordei para caminhar na praia umas 5h30 (lá o Sol já nasceu 😉 e gravei um pequeno vídeo com a ideia de um livro que irei escrever cujo título será “Vida Digital e Felicidade“. Assistam peço menos a partir do 3:20, pois tem uma imagem belíssima de um pescador ao nascer do Sol.
Podem acompanhar os esboços iniciais do livro:
Quando vou para Salvador, sempre vamos ao restaurante Donana que tem o melhor camarão de Salvador. Um dia, a própria Donana estava no caixa e puxei conversa: “Muitas pessoas são de São Paulo, não? Algumas já devem ter te falado que se abrisse um restaurante em São Paulo seria um sucesso?”. A resposta dela foi como a do pescador, ela está feliz em Salvador ;-). Vejam um trecho da história dela:
“A arte culinária de Ana Raimunda Silva Santos, Donana, virou ganha pão em 1988 quando a então auxiliar de enfermagem da Maternidade de Brotas abriu um armarinho no Centro Comercial dos Comerciários para complementar a renda de casa.
O negócio não foi tão bem e, para sustentar o ponto, ela passou a vender uns docinhos. A partir daí a coisa mudou, as contas passaram a fechar no final do mês e o armarinho virou restaurante.” Fonte: Donana
Gostaria de finalizar este post com um trecho do blog Nômades Digitais de um casal que soube aplicar o conceito
“Se você está lendo esse texto agora, considere-se uma pessoa de sorte. Você está presenciando uma revolução que está mudando a forma como o mundo funciona. Por mais que ainda possa não ter percebido isso, estamos na crista da onda de um movimento global que nos próximos anos vai desconstruir a noção do que significa trabalhar e ter uma vida feliz de verdade. As grandes responsáveis por isso? A internet e a tecnologia.
A junção dessas duas coisas fez nascer um novo modelo de trabalho e de vida ao qual cada dia mais pessoas aderem – a possibilidade de poder trabalhar de qualquer lugar do mundo, desde que haja uma conexão com a internet.”
Fonte: http://nomadesdigitais.com/comece-por-aqui/
Espero que este post tenha te ajudado e inspirar alguma mudança por menor que seja. Agradeço se compartilhar com amigos, pois somente
Como fiz Francesco Morace, fundador da Future Concept Lab em seu livro “O que é o Futuro”:
“O futuro existe não para ser previsto, mas para ser construído”
Referências:
- https://www.moai.club/marciookabe/vida-digital-e-felicidade/
- http://cenariodetendencias.com/2014/06/como-foi-o-evento-cenario-internacional-de-tendencias-2014/
- https://www.flickr.com/photos/marciookabe/sets/72157644524452567/
- http://www.futureconceptlab.com/pt/publications/books/
- https://www.youtube.com/watch?v=ANztOAtoAXc
- http://nomadesdigitais.com/comece-por-aqui/
- https://soundcloud.com/marciookabe/vida-digital-e-agencia-em-rede-encontro